I Caminhada ao Parque Eólico de Mendoiro / Bustabade
Dia 18 de Outubro, 4h30 da madrugada e o despertador toca. A saída estava marcada para as 5h00 da manhã.
Mais uma caminhada organizada pelos amigos caminheiros de Mazedo.
Eram cinco da manhã quando já nos encontrávamos em amena cavaqueira, na igreja de Mazedo. Aguardávamos as últimas ovelhas do rebanho para nos fazermos à estrada. Um foguete anunciava a nossa partida.
Desta vez o caminho levava-nos ao parque eólico da freguesia dos Anhões e de Lordelo, aqui no nosso concelho. Foi a primeira vez que o caminho nos deixou por Monção.
Tivemos apenas uma estreia, um amigo caminheiro que se quis juntar a nós, e diga-se foi como sempre muito bem vindo, o Mário João, todos os outros são já repetentes nestas andanças.
A nossa primeira etapa levar-nos-ia ao santuário do Sr. do Bonfim nos Anhões. Este caminho de cerca de 14 Km é feito todos os meses ao segundo domingo, por alguns dos amigos caminheiros que culmina sempre num almoço domingueiro.
A chegada ao santuário estava marcada para as 8h00, o caminho era bom, as pernas ainda estavam frescas e o caminho fez-se muito bem ainda pelo escuro da manhã.
Por volta das sete e pouco já alguém reclamava, veementemente, com a fome…O nosso pequeno-almoço aguardava-nos no Sr. do Bonfim. O Leonardo, o anjo da guarda dos mais famintos, lá estava à hora marcada à nossa espera, quando abeiramos o santuário. A paragem serviu também para os primeiros curativos ás mazelas dos pés.
Com o estômago mais aconchegado voltamos a fazer-nos ao caminho, ainda nos esperavam tantos kilómetros!
Demos entrada nos estradões construídos acessoriamente às eólicas que iríamos ver muito de perto. O caminho era óptimo, revelando umas infra-estruturas excelentes e uma preocupação extrema com a preservação da paisagem, nomeadamente da fauna e da flora. Um respeito absoluto pela natureza apesar das alterações que às vezes nós Homens lhe fazemos.
O Parque eólico que visitamos é constituído por um vasto número de aerogeradores, uma obra de grande envergadura, que nos deve deixar a nós Monçanenses com grande orgulho daquela obra.
Pelas nove horas ainda havia um intenso nevoeiro que nos escondia os “gigantes moinhos” que nós procurávamos, quais D. Quixote em busca dos seus moinhos de vento.
As subidas foram íngremes, mas porque quando alguém “cai” estamos lá todos para ajudar a levantar-se, o caminho fez-se bem, apesar do esforço, que os Kilómetros que já trazíamos nas pernas, nos obrigou a fazer.
Vou cometer um inconfidência, mas a Guida e o Baptista tenho a certeza que não se vão importar, o melhor exemplo da força que se pode dar a alguém nestes longos caminhos que calcorreamos, e em qualquer outro momento da vida, é um casal que nos momentos de dificuldade do caminho dão as mãos e são o apoio um do outro. Obrigada pelo exemplo.
A eólica n.º 1 esperava-nos com muito frio, um vento que quase nos fazia levantar voo, mas também com um aconchego de um pão quente que o Leonardo não esquece nunca de nos trazer.
O caminho aguardava-nos e o destino era a freguesia do Luzio, o café da Sra. Maria que nos esperava para o almoço.
Á nossa frente tínhamos duas horas e meia de caminho. O sol raiou e os pés palmilharam o caminho. Com uma panorâmica fantástica por companhia até onde a vista conseguia alcançar. Estes passeios servem também para isto, além do convívio, da actividade física, leva-nos a sítios incríveis onde de outra forma não iríamos.
Este caminho foi algo solitário, as nossas únicas companhias foram as vacas e os cavalos que espreitavam à nossa passagem. Pelo caminho houve ainda tempo para apanhar cogumelos, e diga-se de passagem enormes, o Márcio garantiu-nos que são um verdadeiro pitéu.
Agradeço em nome dos caminheiros à população dos Anhões que foi muito simpática e até nos indicou o caminho certo quando estávamos meios perdidos.
À uma da tarde chegamos, finalmente, à Sra. Maria que nos aguardava com um magnífico repasto, o qual agradecemos profundamente sobretudo pela forma acolhedora como nos recebeu.
Foram cerca de27 Km, mas confesso que se fez bastante bem, o caminho ajudou.
Foi mais um dia incrível de convívio, onde se deixou desvendar que a próxima caminhada será organizada pelos nossos amigos caminheiros de Ponte de Lima e portanto será por terras limianas a nossa próxima aventura. Aguardamos com entusiasmo.
Porque o meu apelo não surtiu grande efeito no convite à participação nestas caminhadas dos jovens de Mazedo, volto a fazê-lo. Experimentem, garanto que não se vão arrepender.
Para quem quiser saber mais sobre nós e ver as fantásticas fotos que tiramos nas nossas caminhadas e que melhor ilustram o que aqui transmito pela minha pena, recomendo a visita ao nosso Blogue no endereço http://osamigoscaminheiros.blogspot.com
Um abraço para os amigos caminheiros e voltamos a encontrar-nos na próxima caminhada.
Susana Andreia Alves
Publicado in jornal "A Terra Minhota"
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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1 comentário:
A leitura de tão rica e interessante crónica obriga a uma viagem mental que nos leva novamente desde a igreja de Mazedo até ao café da Lúzia (da Sra Maria) no Luzio, com passagem pelo Parque eólico I - Sub-parque de Mendoiro-Bustavade. O espírito de grupo, a camaradagem e a amizade são o segredo para enfrentar estes desafios e para vencer todas as dificuldades. Falta apenas que o apelo feito aos jovens de Mazedo possa surtir efeitos em próximas iniciativas ou noutras congéneres. Parabéns Andreia pela forma realista, entusiasta e empolgante com que descreves as caminhadas d' Os amigos caminheiros. Resta dizer: Vamos à próxima.
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